No período de férias, de janeiro a março, o verão foi marcado pela baixa incidência de chuvas. Como a maior parte dos adotantes estavam de férias neste período, pouquíssimas pessoas fizeram a rega das mudas, o que sobrecarregou alguns participantes e afetou a saúde de algumas mudas. O fator água é essencial e delimitante, principalmente nos períodos de seca. Foram desenvolvidas algumas estratégias de irrigação:
Fotos: Leandro Lissner
Em abril fomos contemplados com o edital Profext nº062/2018 e passamos a receber a colaboração da bolsista Elisete Freire Pacheco. Em maio o projeto também foi selecionado no edital nº077/2018 – PDA Extensão e tivemos mais uma bolsista, Micaelli Ciane Sobrinho de Sousa. Juntamente com Vanessa Rosseto, e Leandro Lissner, coordenadores do projeto, foram desenvolvidas uma série de atividades no presente ano.
A principal atividade esteve relacionada com o manejo das mudas. Com a ampliação da equipe foi possível capacitar cada vez mais pessoas, disponibilizando mais horários. Os adotantes de mudas têm realizado a adubação das mudas a cada um ou dois meses, em função da baixa qualidade do solo presente do Campus. Através de orientações dos permacultores João Rockett e Tatiana Cavaçana, coordenadores do Instituto de Permacultura da Pampa, localizado em Bagé, buscou-se a produção de adubo natural utilizando materiais da região. O composto é formado por esterco bovino, pó de rocha, casca de arroz, serragem e restos das roçadas, apresentado produtos de origem animal, mineral e vegetal, garantindo assim uma oferta diversificada de nutrientes para as mudas. Tais materiais foram doados por empresas da região e são material de descarte de produção, de modo que tal adubo também colabora com a minimização de resíduos. Também temos utilizado o feijão guandú na adubação verde de verão e azevém na adubação de inverno. A lona passou a ser substituída por palha das roçadas.
Arborizar envolve tanto os cuidados com as árvores, como também manter o interesse das pessoas que colaboram com a arborização. Ações de sensibilização promovem um processo de educação permanente, colaborando no envolvimento e participação da Sociedade, auxiliando a população a sentir parte do processo, modificando uma postura passiva de esperar das instâncias de gerenciamento todas as decisões, passando a serem protagonistas das ações autogestionárias, incentivando assim o exercício de cidadania ambiental.
Realizamos a divulgação do projeto em sala de aula ou através de conversas pessoais com discentes, servidores, funcionários terceirizados ou pessoas da comunidade externa. Após o aceite, os participantes se disponibilizam a cuidar das mudas de forma constante, com assessoramento da equipe do projeto. Tal divulgação aumentou expressivamente a participação de discentes no projeto.
O trabalho contou com mensagens de sensibilização aos cuidadores, em que as árvores tinham a palavra, em que demonstravam sua gratidão aos cuidadores antigos e novos, além de pedirem aos cuidadores menos assíduos um pouquinho mais de atenção.
Edição da imagem: Micaelli Ciane Sobrinho de Sousa
Em junho realizamos o evento cultural Sarau Verde, no Campus Bagé da Unipampa. A proposta do evento foi valorizar a importância de vivenciar os diferentes ciclos da natureza, promovendo uma integração com cada estação, valorizando a arborização no espaço de vivência coletivo, integrando ambiente e arte. O Sarau contou com música, poesia, dança circular, pinturas de mandalas. Foi uma atividade integradora entre outros dois projetos de extensão: Pampa Circular, coordenado pela docente Claudia Laus Angêlo e Confraria Poética, coordenado pela docente Vera Lucia Cardoso Medeiros. O Sarau contou com a participação de cerca de 30 pessoas. Para a organização do evento contamos também com a colaboração das colegas Ketleen Grala e Éllen Giacchin.
Fotos: Éllen Giacchin
Realizamos também o inventários das mudas, em que se avaliou a mortalidade, fitossanidade e crescimentos das jovens árvores, considerando o desenvolvimento em altura, diâmetro do caule e volume da copa. Posteriormente, tais informações foram repassadas aos cuidadores, por meio de mensagens colocadas nas próprias árvores, a fim de estimular a curiosidade e o entusiasmo dos participantes e da comunidade sobre a saúde e crescimento das mesmas.
Edição da imagem: Elisete Freire Pacheco
Foi realizada a divulgação de imagens dos cuidadores e suas mudas afilhadas nas redes sociais, com a finalidade de promover a valorização do trabalho dos mesmos, além da promoção do projeto.
Edição das imagens: Micaelli C. S. de Sousa e Elisete F. Pacheco
Considerando a adesão à campanha de adoção de mudas, o ano de 2018 o projeto finalizou com a participação de 57 cuidadores. Das 118 mudas sobreviventes, apenas seis delas estão sem cuidadores, de modo que cerca de 95% possuem pelo menos um responsável pelo manejo. Enquanto não há adotantes, tais mudas, assim como mudas de adotantes menos assíduos são cuidadas pela equipe do projeto. Percebemos que a participação ativa dos adotantes, com acompanhamento técnico, tem garantindo a manutenção e desenvolvimento das mudas, o que possibilitará no futuro a presença de árvores saudáveis, cuidadas pelo coletivo.
Elaboração do texto: Vanessa Rosseto (coordenadora do projeto de extensão Arborizar: indo além dos plantios)