Butiazeiro | Programa Arborização Urbana

Butiazeiro

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Butia eriospatha, sou da família das Palmae. Por aqui sou conhecida como Butiazeiro, Butiá-veludo, Butiá-azedo ou Butiá-da-serra.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural daqui do sul. Me desenvolvo bem no Brasil, Argentina e Paraguai. No brasil, ocorro nos campos do planalto dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sou característica e exclusiva da “zona dos campos” do planalto meridional do país.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu gosto do clima subtropical.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu tenho porte médio a grande, posso atingir de 4 a 11 metros de altura.

E como são teus frutos? Meus frutos são saborosos e podem ser consumidos in natura. Muito usados na preparação de alimentos e bebidas. Ricos em vitamina C, potássio e carotenoides, são ótimos para fazer sucos, licores, cachaças artesanais, sorvetes, mousses, geleias e bolos, além de servirem de ingrediente de tortas, doces e bombons. Em pratos salgados, o butiá vai bem em molhos para carnes vermelhas e frutos do mar e como recheio de pastéis e crepes, misturado com carne, frango e queijo.

Como tuas folhas se comportam no outono? Eu não perco minhas folhas para economizar energia no frio. Sou uma árvore perenifólia.

E falando sobre poda. Ela é necessária? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? 

Minhas folhas são utilizadas para uso artesanal (chapéus, bolsas, cestos, cordas). Também sou extremamente ornamental e muito utilizada na arborização de ruas e praças em toda a região sul. Minha madeira é moderadamente pesada, dura e muito fibrosa, empregada apenas em construções rústicas.

 

Existe alguma curiosidade sua que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos…  Meu desenvolvimento  é lento, exigindo paciência para aguardar de seis a 15 anos para o início da primeira produção de butiás. Daí em diante, sigo produzindo ao longo de centenas de anos, pois tenho capacidade para viver mais de dois séculos gerando frutos. Atualmente me encontro em situação vulnerável de acordo com a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte.

Como citar:

​Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O Butiazeiro. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/butiazeiro/>. Acesso em dia, mês e ano.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

CASAGRANDE, V.; ROMAHN, V. 101 Belas Árvores. Biblioteca Natureza. Editora Europa. 129 p. 2008.

https://pt.wikipedia.org(Acesso em junho de 2019)

https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-plantar/noticia/2019/07/como-plantar-butia.html (Acesso em novembro de 2019)