Cipreste-do-mediterrâneo | Programa Arborização Urbana

Cipreste-do-mediterrâneo

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Cupressus sempervirens, sou da família das Cupressáceas. Por aqui sou conhecida como cipreste-italiano ou cipreste-do-mediterrâneo.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural da Europa, norte da África e Ásia. Meus domínios são o sul da Europa, Líbia, Tunísia, ilhas do Mediterrâneo, Ásia Menor e Rússia. No Brasil minha espécie está presente principalmente no Sul do país.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu vivo principalmente em clima temperado. Eu gosto de locais frios no inverno, como o daqui de Bagé.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu fico bem alta, posso atingir até 30 metros de altura. Minha copa é em forma de pirâmide ou colunar. De jeito nenhum vocês devem podar a parte superior da minha copa, porque se assim o fizerem vão descaracterizar a forma dela. Por isso, não devo ser plantada abaixo da fiação elétrica.

E como são tuas flores e frutos? Sou uma conífera, tenho parentesco com pinheiros, sequóias e outras espécies. Nós produzimos estruturas em forma de cone, em que se desenvolvem as sementes. No meu caso, esta estrutura é mais arredondada, formando bolinhas duras e marrons, que parecem enfeites de Natal. Se quiserem produzir mudas de cipreste utilizem as minhas sementes, ou por estacas das pontas de meus ramos.

Como tuas folhas se comportam no outono? O meu próprio nome explica como são minhas folhas, “sempervirens” quer dizer sempre verde. No ano inteiro tenho minhas folhas sempre verdinhas.

A poda é necessária para as árvores urbanas? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Como sou muito bela, sou utilizada no paisagismo. Atualmente tenho sido usada como barreira para conter incêndios florestais, em função das características da minha espécie, como grande quantidade de água nas folhas e ramos, forma da minha copa, entre outras. Também sou indicada como quebra-ventos. Minha madeira é durável, aromática e é utilizada na fabricação de roupeiros.

Existe alguma curiosidade sobre o cipreste que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos… Em muitas culturas o cipreste tem sido associado com o renascimento e a vida eterna. Minha madeira era usada para construir caixões para guerreiros gregos e sarcófagos no Egito.  Nossa espécie vive bastante, algumas de nós tem mais de mil anos. Pela associação com a eternidade, era tradição dos povos da minha região de origem utilizar o cipreste para decorar enterros e ser plantada em cemitérios, simbolizando o consolo e conforto para a vida após a morte. Eu produzo um óleo que tem uma série de aplicações medicinais. Ele também ajuda na parte emocional das pessoas, pois quando estas inalam meu óleo ficam mais calmas, menos estressadas, e eu ajudo a tornar o processo de perdas emocionas menos doloroso. Viu como somos amigas do homem, podemos ser grandes parceiras até nos momentos tristes!

É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte. Como citar:

​Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O Cipreste-do-mediterrâneo. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/cipreste-do-mediterraneo/>. Acesso em dia, mês e ano.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CASAGRANDE, V.; ROMAHN, V. 101 Belas Árvores. Biblioteca Natureza. Editora Europa. 129 p. 2008.

LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.

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https://pt.wikipedia.org(Acesso em julho de 2016)

http://www.bbc.com(Acesso em julho de 2016)

http://medicinaraizeira.blogspot.com.br(Acesso em julho de 2016)