Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Schinus molle, sou da família das Anacardiáceas. Por aqui sou conhecida como Aroeira Salsa, Aroeira Periquita, Aroeira Mole ou Anacauíta.
Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural da América do Sul, ocorrendo na Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai. No Brasil, sou natural da região Sul. Gosto de viver na Mata Atlântica e no Pampa tchê.
Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu gosto principalmente de clima subtropical, como o daqui de Bagé. Também sou uma árvore bem resistente – como o gaúcho da campanha – eu resisto às secas prolongadas, solos pobres e pedregosos e geadas.
Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu tenho porte médio e posso atingir até 4 metros de altura.
E como são tuas flores e frutos? Minhas flores são pequenas e numerosas, amareladas, melíferas, presentes no final do inverno e na primavera. Meus frutos amadurecem de dezembro a março, e são como pequenas bolinhas avermelhadas ou marrons, muito apreciada pelas aves. Se quiserem produzir mudas de aroeira-salsa utilizem as minhas sementes.
E falando sobre poda. Ela é necessária? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!
Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Embora me chame aroeira, não devo ser confundida com as aroeiras bravas ou aroeiras brancas que causam problemas alérgicos. Como sou muito bela, sou utilizada no paisagismo. Eu proporciono uma sombra maravilhosa o ano todo, meus ramos longos e pendentes e minhas folhas finas, de aspecto delicado, formam uma copa charmosa.
Existe alguma curiosidade sobre a aroeira-salsa que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos…
Vocês sabiam que a minha espécie já era utilizada há milhares de anos atrás pelos Incas, grande civilização indígena que habitava a região dos Andes na América do Sul? Eu era muito respeitada, sendo uma árvore essencial na grande farmácia viva da Natureza. Os incas utilizavam largamente os frutos para fazer uma bebida fermentada, a “chicha de molle”, além de vários usos medicinais e como repelente de insetos. Hoje existem centenas de estudos que pesquisam o meu potencial de uso para curar doenças e outras aplicações. Lembrem se disso quando forem tomar o chimarrão abaixo da minha rica sombra.
É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte.
Como citar:
Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. A Aroeira-salsa. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/aroeira-salsa/>. Acesso em dia, mês e ano.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 368 p.1998.
GOLDSTEIN, D. J.; COLEMAN, R. C. Schinus molle L. (Anacardiaceae) Chicha Production in the Central Andes. Economic Botanyv.58, n.4, p. 523-529.2004.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br (Acesso em junho de 2016)
http://www.ufrgs.br (Acesso em junho de 2016)
http://flores.culturamix.com (Acesso em junho de 2016)
http://www.floresefolhagens.com.br (Acesso em junho de 2016)