Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Stryphnodendron adstringens, sou da família das Fabaceae. Por aqui sou conhecida como Barbatimão-Verdadeiro, Barba-de-Timão ou Charãozinho-Roxo.
Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou nativa do cerrado brasileiro, uma das áreas mais exploradas pela agricultura e pecuária no Brasil, posso estar ameaçado de extinção.
Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu gosto principalmente de clima tropical, subtropical. Sou encontrada em vários estados brasileiros como: Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu tenho porte pequeno e posso atingir de 4 a 5 metros de altura.
E como são tuas flores e frutos? Minhas flores têm formato de espiguetas, com minúsculas flores de cor amarelo clara, minha floração ocorre de setembro a novembro, presentes em mim de julho a setembro. Os meus frutos são vagens grossas, carnosas, inicialmente verde, passando a castanho escuro conforme avança a maturação, são indeiscentes (ou seja são aqueles em que as sementes permanecem no interior do meu fruto). Se quiserem produzir mudas de barbatimão utilizem as minhas sementes. A emergência das mudas ocorre em 15-30 dias com taxa de germinação alta. O desenvolvimento das minhas mudas no viveiro e no campo é lento.
Como tuas folhas se comportam no outono? Eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e eu voltarei a ficar exuberante. Também não precisa varrer minhas folhas, porque elas ficam muito belas quando caem no chão, além do que as folhas viram adubo, alimentando nosso solo.
E falando sobre poda. Ela é necessária? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e doente, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!
Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Sou muito ornamental, principalmente pela forma da minha copa e delicadeza da minha folhagem. Posso ser empregada com sucesso no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas. Também sou recomendada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente. Minhas vagens são consideradas tóxicas para bovinos e herbívoros em geral causando-lhes fotossensibilização. Minha casca é de especial interesse pela indústria do couro por conter alto teor de tanino.
Existe alguma curiosidade sobre você que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos…
Sou uma das plantas medicinais mais usadas no Brasil o que tem incentivado vários estudos concluindo que o meu extrato tem efeito de reduzir a sensação de dor, apresenta atividade contra cepas de Staphylococcus aureus o que pode ser uma alternativa para o tratamento de infecções causadas por estes microrganismos e pode atuar como neutralizante de picaduras da cobra Bothrops pauloensis. Às cascas do meu caule possuem ação adstringente e anti-séptica, externamente pode ser usada no tratamento de feridas ulcerosas e pele oleosa. O extrato alcoólico da casca do meu caule é recomendado para tratar inflamações de garganta, diarréia, corrimento vaginal e mesmo contra a calvície. O creme feito a partir do meu extrato está registrado na ANVISA no Formulário de Fitoterápicos Farmacopéia Brasileira.
É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte.
Como citar:
Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O barbatimão. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/barbatimao/>. Acesso em dia, mês e ano.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
CASAGRANDE, V.; ROMAHN, V. 101 Belas Árvores. Biblioteca Natureza. Editora Europa. 129 p. 2008.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.
REVISTA NATUREZA. Árvores Ornamentais. Editora Europa. 82 p. 1997.
https://pt.wikipedia.org(Acesso em junho de 2016)
http://serralves.ubiprism.pt(Acesso em junho de 2016)
http://hortaaporta.blogspot.com.br(Acesso em junho de 2016)
http://www.parksaustralia.gov.au/botanic-gardens/pub/aboriginal-plantuse.pdf(Acesso em junho de 2016)
https://noticias.terra.com.br(Acesso em junho de 2016)
http://www.aplantadavez.com.br/2019/03/barbatimao-stryphnodendron-adstringens.htm ( Acesso em setembro de 2019)