Cipreste-do-himalaia | Programa Arborização Urbana

Cipreste-do-himalaia

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Cupressus torulosa, sou da família das Cupressáceas. Por aqui sou conhecida como cipreste-do-himalaia.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural da Ásia Central, na região do Himalaia. Meus domínios são o Butão, China, Índia e Nepal.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu vivo principalmente em clima temperado. Eu gosto de locais frios no inverno, como o daqui de Bagé.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu fico cresço rápido e fico bem alta, posso atingir até 50 metros de altura. Minha copa é em forma de pirâmide ou colunar. De jeito nenhum vocês devem podar a parte superior da minha copa, porque se assim o fizerem vão descaracterizar a forma dela. Por isso, não devo ser plantada abaixo da fiação elétrica. Como cresço bastante devo ser plantadas apenas em praças e pátios com bastante espaço.

E como são tuas flores e frutos? Sou uma conífera, tenho parentesco com pinheiros, sequóias e outras espécies.  Nós produzimos estruturas em forma de cone, em que se desenvolvem as sementes. No meu caso, esta estrutura é mais arredondada, formando bolinhas duras e marrons, que parecem enfeites de Natal. Se quiserem produzir mudas de cipreste utilizem as minhas sementes, ou por estacas das pontas de meus ramos.

A poda é necessária para as árvores urbanas? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Como sou muito bela, sou utilizada no paisagismo. Na minha região de origem tenho sido usada para construção de templos e para fazer carvão usado em cerimônias religiosas. A minha madeira é bem durável.

Existe alguma curiosidade sobre o cipreste que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos… Eu estou presente junto à civilização humana há milênios, contribuindo com a ligação entre o homem e a sabedoria. Um exemplo disso é um conto antigo de uma religião do oriente chamada budismo:

Um monge perguntou ao mestre: “Qual o significado da Verdade?“. O mestre apontou e disse: “O cipreste no jardim.”

O monge ficou irritado, e disse: “Não, não! Não fale difícil! Quero uma explicação intelectual clara do que quer dizer!“

“Então eu não vou usar palavras difíceis, e serei intelectualmente claro,” disse o mestre. O monge esperou um pouco, e vendo que o mestre não iria continuar fez a mesma pergunta: “Então? Qual o significado da Verdade? ”O mestre apontou e disse: “O cipreste no jardim”.

Quando vocês valorizam coisas simples e fundamentais, como o sorriso de uma criança, olhar o Sol agradecendo pela Sua existência, ou observar uma árvore, seus corações se enchem de amor não apenas pela humanidade, mas por tudo que é vivo. Neste estágio, vocês são capazes de entrar em comunhão, como todos os seres, como uma árvore, por exemplo, e perceber que todos carregam a Verdade dentro de si, e que para chegarmos a Ela devemos seguir juntos, nesta grande teia que se chama Vida.

É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte. Como citar:

​Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O cipreste-do-himalaia. Disponível em:<https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/cipreste-do-himalaia/>. Acesso em dia, mês e ano.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CASAGRANDE, V.; ROMAHN, V. 101 Belas Árvores. Biblioteca Natureza. Editora Europa. 129 p. 2008.

LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.

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