Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Ligustrum lucidum, sou da família das Oleáceas. Por aqui sou conhecida como ligustro ou alfeneiro.
Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Minha origem é da China. No Brasil, me desenvolvo bem em todas as regiões.
Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu me adapto bem a diversos tipos de clima. Também sou uma árvore bem resistente – como o gaúcho da campanha – eu resisto a variações de temperatura e pouca água.
Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu tenho porte médio, cresço rápido e posso atingir até 10 metros de altura.
E como são tuas flores e frutos? Minhas flores surgem em cachos, são brancas ou cremes e perfumadas. Contudo, muitas pessoas tem alergia ao pólen das minhas flores. Eu floresço na primavera e verão. Os frutos amadurecem no outono, sendo preto-azulados quando maduros e são muito apreciados pelas aves.
A poda é necessária para as árvores urbanas? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!
Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Há anos atrás a minha espécie era uma das mais plantadas nas cidades do sudeste e sul do Brasil, pois sou muito resistente a diversos tipos de ambiente e cresço rapidamente. Atualmente, o plantio do ligustro na arborização urbana não tem sido recomendado, pois sou considerada uma espécie invasora, isto é, ocupo ambientes naturais de espécies nativas da região. Mas não me vejam como um alien que só causa o mal de vocês. Minha sombra ameniza muita gente no calorão do verão. Além disso, eu auxilio no combate da poluição, produção de oxigênio, embelezamento da cidade, entre muitas outras funções.
Existe alguma curiosidade sobre o ligustro que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos… Sou uma das espécies mais maltratadas na cidade, somos podadas de forma drástica; nossa copa está cheia de erva-de-passarinho, parasita que suga nossa vida lentamente; nosso tronco está cheio de buracos, e muitos pensam que sou lixeira. Será que é assim que os humanos da Rainha da Fronteira devem tratar suas irmãs árvores? A ingratidão ecoa neste rincão do Brasil. Este poema expressa meus sentimentos:
SÚPLICA DA ÁRVORE
“Tu, que passas e levantas contra mim o teu braço,
antes de fazer-me o mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno.
Eu sou a sombra amiga que te protege contra o sol de dezembro.
Meus frutos saciam tua fome e acalmam tua sede.
Eu sou a viga que suporta o teto de tua casa, e a cama em que descansas.
Sou o cabo das tuas ferramentas, a porta de tua casa.
Quando nasces, tenho a madeira para o teu berço, quando morres,
em forma de ataúde, ainda te acompanho ao seio da terra.
Sou ramo de bondade e flor de beleza.
Se me amas como mereço, defende-me contra os insensatos.”
Autor desconhecido
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Como citar:
Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O ligustro. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/ligustro/>. Acesso em dia, mês e ano.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://institutoverdesrumos.com.br (Acesso em julho de 2016)
http://blogdojeffrossi.blogspot.com.br (Acesso em julho de 2016)