Pinheiro calvo | Programa Arborização Urbana

Pinheiro calvo

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Taxodium distichum, sou da família das Taxodiáceas. Por aqui sou conhecida como pinheiro calvo, pinheiro-do-brejo, cipreste-de-luisiânia, cipreste-do-brejo, cipreste calvo.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural dos Estados Unidos, mas especificamente no sudeste deste país. Fui escolhida até como a árvore oficial do estado da Luisiana, de tão importante que eu sou.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu gosto de viver em ambientes alagados, em pântanos e ao longo de rios; sou considerada uma das árvores mais importantes nos pântanos dos Estados Unidos.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu tenho porte grande e posso atingir até 40 metros de altura. Como fico bem alta, não devo ser plantada em calçadas; somente em praças, parques e pátios com bastante espaço e longe de construções. Minha copa tem formato piramidal quando jovem, mas quando altura adquire formato irregular.

E como são tuas flores e frutos? Sou uma conífera, tenho parentesco com ciprestes, sequóias e outras espécies. Nós produzimos estruturas em forma de cone, em que se desenvolvem as sementes. No caso da minha espécie, produzo cones machos e fêmeas na mesma planta, com 20-40 sementes em cada cone. A polinização ocorre no inicio do inverno e as sementes levam 12 meses para amadurecer. Se quiserem produzir mudas de pinheiro calvo utilizem as minhas sementes.

Como tuas folhas se comportam no outono? Ao contrário da maioria das espécies da minha família (Ciprestes), eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. No outono minhas folhas tornam-se avermelhadas e eu fico belíssima. No inverno perco todas as minhas folhas. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e não precisa varrer minhas folhas, porque elas viram adubo, alimentando nosso solo.

E falando sobre poda. Ela é necessária? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Sou muito ornamental, por isso me plantam em parques, jardins grandes e praças. Eu também ajudo na recomposição de áreas degradadas em áreas brejosas e na beira de rios, fixando o solo de barrancos. Sou muito utilizada também para fazer bonsais (árvores em miniatura).  A minha madeira tem sido bastante útil para o Homem; a coloração varia do amarelado claro ao marrom avermelhado escuro, marrom ou chocolate; tenho uma madeira leve e durável, muito resistente à água, sendo apelidada de “madeira eterna”; ela é utilizada na construção civil, para confecção de móveis, estufas e outros usos.

Existe alguma curiosidade sobre o pinheiro calvo que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos… Vocês sabiam que apesar da maioria das árvores ocorrerem em solos secos, existem algumas espécies que toleram o alagamento? Tudo começa com a semente; apesar de ocupar áreas alagadas, minhas sementes germinam apenas em áreas úmidas ou secas. Contudo, minhas sementes podem passar até 30 meses debaixo d’água, esperando o momento certo para germinar. Depois, quando jovem já consigo viver em áreas alagadas. Em pântanos e brejos desenvolvo estruturas lenhosas que crescem ao redor do solo, chamada de “joelhos”. Os cientistas não sabem claramente sua função; acredita-se que podem auxiliar no nosso suporte e estabilização. Eu sei o segredo, mas vou deixar os especialistas em plantas e ambiente nos estudarem um pouquinho mais e admirarem como nós, vegetais, conseguimos nos adaptar a diferentes situações e dificuldades todos os dias. Que tal se inspirarem em nós e darem cada vez mais valor a Natureza?!

É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte. Como citar:

​Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O pinheiro calvo. Disponível em:<https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/pinheiro-calvo/>. Acesso em dia, mês e ano

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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