Uva-Do-Japão | Programa Arborização Urbana

Uva-Do-Japão

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? Meu nome é Hovenia dulcis, sou da família das Rhamnáceas. Por aqui sou conhecida como uva-do-Japão, uva-japonesa, cajueiro-japonês.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios? Sou natural do Japão, China e Coréia. Minha espécie já se adaptou ao Brasil, principalmente a região Sudeste e Sul.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver? Eu gosto de clima tropical e subtropical.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir? Eu cresço rápido, tenho porte grande. Em geral minha altura varia de 10-15 metros, mas posso atingir até 25 metros de altura. Como tenho possuo raízes superficiais que se desenvolvem bastante não devo ser plantada em calçadas.

E como são tuas flores e frutos? Minhas flores surgem na primavera, sendo esbranquiçadas, numerosas e perfumadas. As abelhas adoram minhas flores. Meus frutos são cápsulas secas, marrons, sustentados por pedúnculos, em forma de dedinhos, castanhos, carnosos e doces quando maduros. Eles surgem no outono e verão enchendo as aves de alegria e refeição.

Como tuas folhas se comportam no outono? Eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e não precisa varrer minhas folhas, porque elas viram adubo, alimentando nosso solo.

E falando sobre poda. Ela é necessária? Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos? Como sou muito bela, sou utilizada no paisagismo. Também sou usada como quebra-vento. Minha madeira é útil principalmente na construção civil e fonte energética. Também sou usada na alimentação humana. A parte comestível é o pedúnculo, que tem forma de dedinhos. Quando estão verdes, têm sabor adstringente, amarra na boca como caju que não está maduro. Só quando eles caem é que estão maduros e ficam bem doces. Quando estão passados eles fermentam e ficam com gosto alcoólico. Os “dedinhos” podem ser consumidos frescos ou usados para fazer doces como geleias, bebidas como vinho caseiro, passas de uvas japonesas entre outras receitinhas. É só usar a criatividade.

Existe alguma curiosidade sobre a uva-do-Japão que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos… Vocês sabiam que a minha espécie tem sido usada pela medicina tradicional chinesa para o tratamento de doenças do fígado e para a desintoxicação após o consumo excessivo de álcool? É isso mesmo, ela ajuda a curar a ressaca e outros efeitos pós consumo de álcool. Atualmente, há vários estudos que confirmam o que os antigos sábios chineses já sabiam há séculos. Também está se avaliando a aplicação da uva-do-Japão no tratamento da dependência do álcool.

É permitida a reprodução parcial ou total do texto desde que citada a fonte.

Como citar:

​​Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. A uva-do-japão. Disponível em: <https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/uva-do-japao/>. Acesso em dia, mês e ano.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

CASAGRANDE, V.; ROMAHN, V. 101 Belas Árvores. Biblioteca Natureza. Editora Europa. 129 p. 2008.

ELEOTÉRIO, J. R.; PELLENS, G. C.; COMMANDULI, M. J. Crescimento em diâmetro, altura e volume de Hovenia dulcis na região sul de Blumenai, SC. Floresta, v. 42, p. 733-740. 2012.

LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.

REVISTA NATUREZA. Árvores Ornamentais. Editora Europa. 82 p. 1997.

https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)

http://www.wikiaves.com.br (Acesso em julho de 2016)

http://www.matosdecomer.com.br (Acesso em julho de 2016)

https://coletivocurare.wordpress.com (Acesso em julho de 2016)