A literatura e as artes no ensino de língua espanhola: aplicação na E.M.E.F. Marechal Castelo Branco

A literatura e as artes no ensino de língua espanhola: aplicação na E.M.E.F. Marechal Castelo Branco

   O projeto A Literatura e as artes no ensino de língua espanhola colocou o grupo PET Letras em atuação na E.M.E.F. Marechal Castelo Branco. Mais uma vez, nossos alunos tiveram acesso ao caderno didático produzido pelos petianos, interagindo com um material textual e ilustrado, com foco nas culturas hispânicas, especialmente, estruturado pela literatura de Cortázar e as pinturas de Frida Kahlo. As aulas foram ministradas por três subgrupos, assim como contamos aqui:

   Iniciamos nos dias 11 e 12 de setembro, com a aplicação de duas aulas, que trataram de apresentar o escritor argentino Julio Cortázar, trabalhando, a partir de um conto, vários aspectos culturais e linguísticos da língua espanhola. E, para isso, foi utilizada uma unidade didática – que explorava diversos assuntos como, por exemplo: questões ligadas ao gênero conto e, após isso, numerais, partes da casa, membros da família, interpretação. No decorrer dos dois encontros, em todas as atividades propostas, os alunos participantes tiveram auxílio do subgrupo para a realização. Durante a resolução dos exercícios, qualquer dúvida ou ponto relevante a ser destacado, sobre a língua espanhola ou significados, foi sanada, a fim de que nenhum aluno saísse com questões não resolvidas. Ao final, o subgrupo pode perceber como foi benéfico, já que por ser em um horário inverso ao turno escolar, os alunos que estavam presentes, estavam para estudar e conhecer um pouco sobre a língua espanhola e sua cultura.

   Os encontros seguintes, nos dias 18 e 19 de setembro de 2019, demos continuidade às oficinas de espanhol, os petianos apresentaram aos estudantes uma das personalidades latino-americanas mais queridas e admiradas da contemporaneidade: a pintora mexicana Frida Kahlo. Ao ensinar a língua espanhola, os bolsistas utilizaram recursos como vídeos, livros; quadros e autorretratos da pintora; por fim, apresentaram conteúdos gramaticais importantes para os alunos compreenderem como se estrutura o idioma. Ao longo das oficinas, os petianos estimulavam os alunos a escreverem e a se comunicarem em língua espanhola; muito mais do que atividades gramaticais,  a unidade didática produzida pelo grupo apresentou desde questões geográficas, mostrando os países que têm o espanhol como língua oficial e, em especial, informações culturais, ao apresentar um importante feriado para os mexicanos: “El día de los muertos”. Os petianos propuseram esse tema com base em todo conhecimento compartilhado sobre a pintora mexicana, e a fim de estimular a criatividade dos estudantes. Por fim, os petianos propuseram que os alunos produzissem seus próprios autorretratos.

   Nas últimas aulas, realizadas nos dias 25 e 26 de Setembro de 2019,  voltamos aos dois artistas estudados nas semanas anteriores, o escritor argentino Julio Cortázar e a pintora mexicana Frida Kahlo. Durante as aulas ministradas pelos petianos, nos valemos de materiais previamente confeccionados no PET Letras Jaguarão, permitindo assim que fosse feita a leitura e reflexão sobre o material e, então, resolvessem as questões colocadas à turma. Assim, auxiliamos individualmente cada uma das alunas ali presentes. Os dois dias foram proveitosos, tendo todas as participantes conseguido realizar de forma satisfatória as atividades propostas, como também foi uma ótima ocasião para os petianos envolvidos terem a oportunidade vivenciar uma experiência de ensino com alunas tão dispostas a aprender a língua espanhola e conhecer sua cultura e seus personagens artísticos.

 

Seminários Abertos: resumo das edições de 2020

Seminários Abertos: resumo das edições de 2020

  O projeto Seminários Abertos visa envolver os petianos iniciantes do grupo PET Letras com os gêneros acadêmicos, especialmente pesquisa e comunicação oral. Os petianos escolhem uma temática de interesse individual vinculada à área de Letras e desenvolvem o seminário, que é aberto à comunidade acadêmica e geral. No primeiro semestre de 2020, estavam previstos dois seminários para o projeto, a serem ministrados pelos petianos ingressantes Lucas da Silva Arias e Mariana Cavallari Fernandes. Devido ao distanciamento social, como consequência da pandemia de COVID-19, os petianos adaptaram a atividade para a modalidade online, e os seminários ocorreram através da plataforma Skype. Nos dias 9 e 16 de julho, aconteceram, respectivamente, os seminários Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia e LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial.

Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia

   Mariana Cavallari Fernandes apresentou seminário Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia, por videoconferência no Skype. A petiana escolheu a área da literatura para desenvolver seu seminário e analisou as personagens femininas do romance distópico O conto da Aia (1985), da canadense Margaret Atwood, através de uma perspectiva de gênero. Mariana se baseou na teoria da personagem, apresentada por Massaud Moisés e Antonio Candido, e na obra O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, cuja primeira publicação é datada de 1949. Em sua análise, a petiana privilegiou o estudo acerca do papel das Aias na República de Gilead, além de analisar os papéis de gênero das Esposas, Econoesposas, Marthas e Não mulheres associando-as aos conceitos desenvolvidos por Beauvoir.

   A atividade aconteceu às 15 horas do dia 09 de julho de 2020, durou uma hora e meia e contou com cerca de 30 participantes, entre eles, petianas egressas do grupo, graduandos e pós-graduandos da Unipampa e outras universidades. Em um primeiro momento, Mariana expôs sua pesquisa através de uma apresentação e, após, deu-se início a um debate. Os participantes interagiram com comentários, expondo suas percepções e suas interpretações da obra, dialogando com a petiana e estimulando outros olhares sobre o romance analisado.

LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial

   No início da tarde da quinta-feira (dia 15) de julho de 2020 a “Literatura das ruas” foi enaltecida, através da apresentação da comunicação intitulada: “LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial”. O bolsista Lucas da Silva Arias apresentou a sua análise dos textos literários do autor periférico Sérgio Vaz, interpretando-os sob a perspectiva da decolonialidade, a relação dessas obras com a literaRUA e o rap. O petiano trouxe ao público outra perspectiva da periferia, com o objetivo de realçar o ideal de vê-la como centro de produção artística de “reexistência”, ou como denomina o autor Sérgio Vaz, a periferia como um “quilombo cultural”.

   O evento ocorreu via plataforma do Skype por videoconferência, teve a duração de uma hora e quarenta minutos e foi separado em dois momentos. Primeiro, Lucas Arias expôs sua pesquisa e, depois disso, abriu espaço para um debate com a participação do público. Os participantes contribuíram com comentários, indicações de leituras e opiniões sobre o tema apresentado. Assim, teve-se um diálogo consistente que possibilitou ao petiano  discorrer sobre a relação da pesquisa apresentada com os trabalhos pessoais, como ele mesmo ressaltou: “O trabalho na rua”, através de coletivos culturais. A atividade foi encerrada com chave de ouro, após o apresentador recitar um poema autoral que dialogou com o tema geral da pesquisa apresentada.

Por Mariana Cavallari Fernandes e Lucas Arias.