Seminários Abertos: resumo das edições de 2020

Seminários Abertos: resumo das edições de 2020

  O projeto Seminários Abertos visa envolver os petianos iniciantes do grupo PET Letras com os gêneros acadêmicos, especialmente pesquisa e comunicação oral. Os petianos escolhem uma temática de interesse individual vinculada à área de Letras e desenvolvem o seminário, que é aberto à comunidade acadêmica e geral. No primeiro semestre de 2020, estavam previstos dois seminários para o projeto, a serem ministrados pelos petianos ingressantes Lucas da Silva Arias e Mariana Cavallari Fernandes. Devido ao distanciamento social, como consequência da pandemia de COVID-19, os petianos adaptaram a atividade para a modalidade online, e os seminários ocorreram através da plataforma Skype. Nos dias 9 e 16 de julho, aconteceram, respectivamente, os seminários Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia e LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial.

Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia

   Mariana Cavallari Fernandes apresentou seminário Os papéis de gênero das personagens femininas em O conto da Aia, por videoconferência no Skype. A petiana escolheu a área da literatura para desenvolver seu seminário e analisou as personagens femininas do romance distópico O conto da Aia (1985), da canadense Margaret Atwood, através de uma perspectiva de gênero. Mariana se baseou na teoria da personagem, apresentada por Massaud Moisés e Antonio Candido, e na obra O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, cuja primeira publicação é datada de 1949. Em sua análise, a petiana privilegiou o estudo acerca do papel das Aias na República de Gilead, além de analisar os papéis de gênero das Esposas, Econoesposas, Marthas e Não mulheres associando-as aos conceitos desenvolvidos por Beauvoir.

   A atividade aconteceu às 15 horas do dia 09 de julho de 2020, durou uma hora e meia e contou com cerca de 30 participantes, entre eles, petianas egressas do grupo, graduandos e pós-graduandos da Unipampa e outras universidades. Em um primeiro momento, Mariana expôs sua pesquisa através de uma apresentação e, após, deu-se início a um debate. Os participantes interagiram com comentários, expondo suas percepções e suas interpretações da obra, dialogando com a petiana e estimulando outros olhares sobre o romance analisado.

LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial

   No início da tarde da quinta-feira (dia 15) de julho de 2020 a “Literatura das ruas” foi enaltecida, através da apresentação da comunicação intitulada: “LiteraRUA, rap e poesia: a periferia de Sérgio Vaz como centro artístico decolonial”. O bolsista Lucas da Silva Arias apresentou a sua análise dos textos literários do autor periférico Sérgio Vaz, interpretando-os sob a perspectiva da decolonialidade, a relação dessas obras com a literaRUA e o rap. O petiano trouxe ao público outra perspectiva da periferia, com o objetivo de realçar o ideal de vê-la como centro de produção artística de “reexistência”, ou como denomina o autor Sérgio Vaz, a periferia como um “quilombo cultural”.

   O evento ocorreu via plataforma do Skype por videoconferência, teve a duração de uma hora e quarenta minutos e foi separado em dois momentos. Primeiro, Lucas Arias expôs sua pesquisa e, depois disso, abriu espaço para um debate com a participação do público. Os participantes contribuíram com comentários, indicações de leituras e opiniões sobre o tema apresentado. Assim, teve-se um diálogo consistente que possibilitou ao petiano  discorrer sobre a relação da pesquisa apresentada com os trabalhos pessoais, como ele mesmo ressaltou: “O trabalho na rua”, através de coletivos culturais. A atividade foi encerrada com chave de ouro, após o apresentador recitar um poema autoral que dialogou com o tema geral da pesquisa apresentada.

Por Mariana Cavallari Fernandes e Lucas Arias.