Participação no XXIII SULPET

Participação no XXIII SulPET

   Se é a partir da relação dialógica entre o eu e o outro que me constituo enquanto sujeito, como postula Bakhtin, a participação do PET Letras Jaguarão no XXIII Encontro Regional dos Grupos PET da Região Sul (XXIII SulPET), que ocorreu entre os meses de agosto e outubro, de 2020, proporcionou um movimento de alteridade entre os distintos grupos PET que integraram o evento. Nesta edição, devido à pandemia da COVID-19, a participação aconteceu na modalidade remota.  O encontro foi sediado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em colaboração com a Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), além da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Estas instituições propuseram como tema para o evento “Educação Pública e Compromisso Social”. Em tempos tão díspares em que os cursos, em especial aqueles que, assim como o nosso, se dedicam a estudar a língua(gem), têm enfrentado ataques constantes por parte dos governantes, a presença, mesmo que virtual, do PET Letras contribuiu para estreitar o diálogo com outros sujeitos, seus grupos e instituições que buscam o fortalecimento do Programa de Educação Tutorial (PET) por meio da tríade Ensino, Pesquisa e Extensão. Dessa forma, contribuímos com a apresentação de três trabalhos desenvolvidos no âmbito do programa, a saber: Um estudo sobre uma língua artificial: análise fonética do dothraki e seus efeitos, elaborado por Rafael Martins; Integra PET: Um relato de experiência sobre a aprendizagem da língua espanhola através da tradução literária de petianos “na” fronteira, desenvolvido por Lucas da Silva Arias e Lucas Martins; além de A literatura infantojuvenil e as personalidades latino-americanas na mediação do ensino de língua espanhola, elaborado por Maria Ingrid de Macedo e Kéven Costa de Lima. Vale ressaltar que, além dos momentos de discussão acerca dos trabalhos, como um evento regional, o SulPET contou com assembleias que tiveram por objetivo promover o diálogo crítico, entre os petianos e tutores, a respeito das práticas desenvolvidas dentro dos Grupos PET.

Por Icaro Olanda.

https://www.youtube.com/watch?v=GffX60wKoYg&feature=youtu.be&ab_channel=PETLetrasUnipampa
Apresentação de Kéven Costa de Lime e Maria Ingrid de Macedo
https://www.youtube.com/watch?v=TBQiGnW_nw0&feature=youtu.be&ab_channel=PETLetrasUnipampa
Apresentação de Lucas da Silva Arias e Lucas Martins
https://www.youtube.com/watch?v=0ctRHq_gFqk&t=14s&ab_channel=RafaelRamos
Apresentação de Rafael Ramos Martins

“A hora da estrela”, de Clarice Lispector

“A hora da estrela”, de Clarice Lispector

   Não seria espanto nenhum se fôssemos, à nossa maneira, todos um pouco Macabéa. Macabéas de outros lugares, cercadas por outras Glórias, cariocas da gema ou estrangeiras; Olímpios orgulhosos e Madamas Carlotas que nos decretam sentença de vida para que morramos atropelados por uma Mercedes-Benz ou atingidos por uma bala perdida; mas que, inevitavelmente, nos doemos. Onde dói? Nas palavras de Macabéa, personagem central de A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector, “dentro, não sei explicar”. No ano em que a escritora completaria o seu centenário, retomamos uma de suas últimas obras, A hora da estrela, e nos colocamos frente ao mistério, como já expressava o poeta Carlos Drummond, e ao desafio que é ler Clarice.  Nesta segunda edição, de 2020, do projeto Clube do Livro que, devido à pandemia do COVID-19, ocorreu de forma remota, via Skype, na tarde de quinta-feira, 10 de setembro, às 14h30min. Nesta ocasião, contamos com um mini sarau que precedeu as discussões em torno da obra escolhida. Para tanto, foi lançada a questão existencial presente nos versos: “Existirmos a que será que se destina?”, cantados por Maria Bethânia, em 1984, em seu show “A hora da estrela”, baseado na novela homônima de Clarice Lispector. Tal questão permitiu aos participantes adentrarem na narrativa e dialogar sobre o conceito de metaficção a partir da retomada de textos críticos, em especial, da professora Nádia Batella Gotlib que se dedica à obra de Clarice. Desse modo, alcançamos nosso objetivo que foi promover uma tarde de intensas discussões a partir da obra de Lispector.

Por Icaro Olanda.