“Diários e Confissões”, de Sandro Mendes

“Diários e Confissões”, de Sandro Mendes

   A edição especial do Clube do Livro com contos da obra Diários e Confissões, de Sandro Mendes aconteceu na manhã do dia seis de dezembro de dois mil e dezenove, no auditório da UNIPAMPA, campus Jaguarão. Essa atividade ganhou o título de “edição especial” por diversos motivos! Ela se iniciou com a leitura dramatizada dos contos “A dança dos zumbis”, “Hay días que no sé lo que me pasa” e “Resumo do bullet jornal de Fabiana Saravia” por Breno Santareno. Breno, mais do que dramatizar sua leitura,  transformou-a em uma bela performance teatral que emocionou todos os presentes. 

   Em seguida, com a presença ilustre do autor, diferentes interpretações dos contos foram expostas, ideias debatidas e o processo da escrita criativa foi explorado, resultando em pequenas contações de histórias por Sandro, que revelou algumas motivações para a criação de sua obra. A discussão a respeito dos contos se estendeu ao coffee break, que possibilitou ainda mais a troca de percepções entre as mais diferentes faixas etárias de leitores curiosos.

   Na continuidade uma manhã tão rica, ocorreu o lançamento do livro artesanal Tentativas de um jovem escritor, uma coletânea de contos e minicontos da turma do sexto ano “a” da EMEF Marechal Castelo Branco. O livro foi resultado do trabalho da petiana Bruna Beatriz durante estágio na escola e teve como uma de suas inspirações o livro Diários e confissões. Em uma das aulas, Bruna levou a obra de Sandro Mendes para os alunos verem como se parece um livro artesanal e como é organizada uma coletânea de contos. Tentativas de um jovem escritor rendeu diversas perguntas por parte do público presente, além das mais belas e singulares respostas por parte dos autores, pequenos em tamanho, mas gigantes na escrita. Após o lançamento do livro, foi realizada uma sessão de autógrafos.

   Essa edição do Clube do Livro se encerrou com agradecimentos a todos que contribuíram para sua realização e a todos os convidados presentes. O grupo PET Letras também presenteou Breno Santareno e Sandro Mendes com delicadezas personalizadas para cada um.

Por Mariana Cavallari Fernandes

“O diário de Anne Frank”, de Anne Frank

“O diário de Anne Frank”, de Anne Frank 

   “Mas então vieram os nazistas e definiram a nós, judeus, como diferentes, afinal.” É a partir desse excerto da obra O diário de Anne Frank em quadrinhos (2017),de autoria de Anne Frank com adaptação de Ari Folman e ilustração de David Polonsky, que começamos o resumo da primeira edição do projeto Clube do Livro no ano de 2020. Neste ano, devido à pandemia do COVID-19, ocorreu de forma remota, via Skype, na tarde de quinta-feira, 07 de maio, às 15h e encerrou-se com mais de duas horas de duração. Ressaltamos ainda que, a obra privilegiada, O diário de Anne Frank em quadrinhos, despertou grande debate nas posições discursivas dos participantes e revelou-se não só como um texto de grande apreço, devido a questões subjetivas de cada um dos integrantes do debate, mas também uma narrativa que oferece diversas possibilidades de abordagens teóricas e críticas.

   Estas podem, por exemplo, ser a respeito tanto da narrativa verbal quanto das ilustrações que compõem a obra e permitem ao leitor, parafraseando o teórico Gaston Bachelard (2008), o prazer da imagem poética. Este conceito veio à tona, mesmo que implicitamente, durante o decorrer das manifestações dos envolvidos na atividade.

Por Icaro C. C. C. C. Olanda

“O que o sol faz com as flores”, de Rupi Kaur

“O que o sol faz com as flores”, de Rupi Kaur

   No dia 31 de maio ocorreu a segunda edição do ano de 2019 do projeto Clube do Livro. A atividade iniciou às 15h30 na Galeria Intercultural Magliani da Universidade Federal do Pampa – campus Jaguarão. Esta edição contou com a participação de 13 pessoas e teve duração de uma hora e meia. O livro escolhido foi o que o sol faz com as flores de Rupi Kaur, publicado em 2017. Rupi Kaur é uma jovem escritora de 26 anos, nascida em Punjab, na Índia, mas que se muda para o Canadá com sua família ainda criança. Por meio das redes sociais, a escritora inicia sua carreira na Literatura. A discussão teve início após a exibição de um vídeo em que a autora apresenta a performance do poema I`m taking my body back. Na leitura dos poemas, abordou-se, então, os aspectos culturais, sociais, questões sobre o abuso, o sofrimento, o amor, o respeito às raízes, a aceitação e o empoderamento feminino. Após, foi realizada uma atividade prática em que os participantes uniram a leitura dos poemas à leitura das ilustrações. Por fim, o grupo agradeceu a presença de todos os participantes e encerrou a atividade com um café.

Por Andressa Freitas de Freitas.

“Aqueles dois” e “Os sobreviventes”, de Caio Fernando Abreu

“Aqueles dois” e “Os sobreviventes”, de Caio Fernando Abreu

   A primeira edição do projeto Clube do livro de 2019 ocorreu no dia 11 de abril, no Espaço Dandara, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Nesta edição, o PET Letras discutiu dois contos: “Aqueles dois” e “Os sobreviventes” do escritor Caio Fernando Abreu. O grupo recebeu um público variado, contando com a presença de professores e alunos de Letras, alunos dos cursos de Produção e Política Cultural (PPC) e Pedagogia. Os contos discutidos, propiciaram uma reflexão crítica, abordando as vozes do silêncio (os silenciados pela sociedade), além de apoiar-se em teóricos como Roland Barthes. Vale ressaltar, que o autor Caio Fernando Abreu é um dos grandes escritores brasileiros e um dos precursores da literatura brasileira a tratar o tema da homossexualidade.

Por Bruna B. B. Barbosa

 

“As grandes onças brabas”, de Aldyr Garcia Schlee

“As grandes onças brabas”, de Aldyr Garcia Schlee

 

   A segunda edição do projeto Clube do livro de 2018 ocorreu no dia 18 de junho, no foyer o Teatro Esperança. Nesta edição, o PET Letras contou com duas parcerias: as turmas de oitavo e nono ano, alunos da professora Maura Jorge, que leciona português na EMEF Dr. Fernando Correa Ribas; e a FALA (Feira Alternativa de Literatura e Arte da Fronteira), que está na sua quarta edição. Atingindo o público de 35 pessoas, composto pelas duas turmas e pelos alunos do curso de Letras, iniciou-se a discussão após a leitura do conto “As grandes onças brabas” do livro Contos de Verdades, do autor jaguarense Aldyr Garcia Schlee. O conto em questão foi escolhido para o Clube do Livro por sua relação com a cidade de Jaguarão, uma narrativa que reúne várias histórias sobre o mistério das onças brabas que se encontravam nas encostas do rio. Inspirados por Schlee, os alunos também relataram os mitos e lendas que conheciam. Além disso, foi abordado o fato dos países da América Latina terem lendas e mitos em comum, apenas contados de maneiras diferentes. Por fim, enfatizou-se o quanto a fronteira das cidades de Jaguarão e Rio Branco é rica culturalmente, servindo de inspiração para diversas obras articuladas e desenvolvidas neste espaço fronteiriço, imaginado e recriado por narradores populares e pelo grande escritor Aldyr Garcia Schlee, o inventor da camisa canarinho da seleção brasileira, ganhador de diversos prêmios, entre eles duas Bienais Nestlé de Literatura e cinco Açorianos de Literatura.

Por Kéven Costa de Lima.

 

“Sono”, de Haruki Marakami

“Sono”, de Haruki Marakami 

   A obra Sono, de Haruki Murakami, foi escolhida para a primeira edição do Clube do Livro de 2018, realizada no dia 04 de maio, na sala 206, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Contou com a presença dos alunos de Letras e de Política e Produção Cultural (PPC). O texto discutido, Sono, proporcionou uma reflexão crítica, através da ótica dos estudos culturais e das teorias feministas, por exemplo, em que foi possível destacar como a condição de “existência” das mulheres em sociedades machistas/conservadoras, ainda hoje, é algo que devemos nos preocupar. O autor nos envolve com sua linguagem simples, com períodos curtos e metáforas ao longo de seu texto fazendo com que, Sono, seja uma obra rica e altamente reflexiva. Lembramos que Haruki Murakami vem sendo um dos nomes mais cotados para o Prêmio Nobel de Literatura, principalmente, na sua última edição (2017), e já ganhou vários outros prêmios literários importantes tanto no seu país quanto no exterior.

 

Por Icaro C.C.C.C. Olanda.

Sem título

Sem título

“O barril amontillado” e “O poço e o pêndulo”, de Edgar Alan Poe

“O barril amontillado” e “O poço e o pêndulo”, de Edgar Alan Poe 

   A terceira edição do ano de 2017 do projeto Clube do Livro ocorreu no dia 11 de outubro na sala 203 da Universidade Federal do Pampa. Contou com a participação de 14 pessoas e uma hora e meia de duração. A discussão sucedeu-se a partir da leitura de dois contos do escritor estadunidense Edgar Alan Poe, reconhecido pela numerosa produção de literatura fantástica. Selecionamos, portanto, contos presentes em Histórias Extraordinárias: “O barril amontillado” (1846) e “O poço e o pêndulo” (1842).

   Iniciou-se a roda de conversa com a discussão do conto “O barril amontillado”, momento em que os participantes discutiram os seguintes pontos: a frieza que o protagonista demostra desde o início da narrativa, o fato de ser narrado em primeira pessoa do singular, e por conta disso, priorizar o seu ponto de vista e, talvez, omitir fatos “comprometedores”.

   No decorrer da discussão, foram feitas analogias e associações simbólicas da obra, como por exemplo, com o brasão da família Montresor, e as seguintes indagações: Qual teria sido o motivo para o personagem principal cometer tal ato contra o amigo Fortunato? Estaria o narrador confessando seu crime perfeito após meio século? Seria de fato um psicopata? De quem são os outros ossos expostos nas paredes da catacumba? Seria uma tradição presente em sua família?

   Após as reflexões acerca das leituras, para dar continuidade à discussão foram debatidas as opiniões do segundo conto, “O poço e o pêndulo”. Acerca deste, foram tratadas com ênfase as situações pelas quais o narrador passou, além de terem sido abordados os sentimentos de pânico, e em seguida, alguns dos participantes presentes relataram, através de comentários, suas experiências pessoais de leitura.

Por Maria Ingrid de Macedo

 

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“Auta da Compadecida”, de Ariano Suassuna

“Auta da Compadecida”, de Ariano Suassuna

   Em homenagem aos noventa anos de Ariano Suassuna, foi apresentada na segunda edição do projeto Clube do Livro, a obra Auto da Compadecida que fora adaptada para a televisão e para o cinema. Ariano Suassuna (1927 – 2014) foi um escritor brasileiro e sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o cultura nordestina. Suassuna, fundador do Movimento Armorial, defendeu a cultura popular brasileira e a fusão dos elementos eruditos aos elementos populares nordestinos. Suas produções são ambientadas em um único espaço ficcional, Taperoá, cidade do sertão da Paraíba, lugar em que viveu na infância. Foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado.

   O autor homenageado rompeu fronteiras regionais e caiu nas graças do público brasileiro, que se rendeu à simpatia de dois de seus maiores personagens, João Grilo e Chicó, da peça teatral em forma de auto, Auto da Compadecida. Reproduzindo as palavras de Braulio Tavares (2005): “O modo como Ariano Suassuna utiliza nesta peça episódios e personagens de uma tradição antiga, com séculos de existência, dá-nos um bom exemplo de como recorrer a estas fontes. Copiar, mas transformando. Reutilizar, mas dando sangue novo. Na medida possível, tentar escrever algo tão novo e tão vivo quanto o original; procurar fazer da cópia uma obra que o autor do original pudesse apreciar com prazer e aplaudir com orgulho.”

   Esta edição contou com a presença de 33 participantes. Agradecemos aos cursos de Turismo e de Produção e Política Cultural (PPC) pela concessão da Galeria Intercultural Magliani, onde realizamos esta edição do Clube do Livro e aos alunos: Athemis Nunes da Fonseca, Breno Primo de Melo de Araujo Brito, Érika da Silva Souza, Jady Marcela Correia Pereira, Renato Vieira de Lima e Rodrigo de Souza Francisco, por colaborarem realizando a leitura dramática de um fragmento da obra. Também agradecemos ao Sílvio Nunes por nos emprestar seus folhetos, a fim de ambientar o espaço. O ambiente estava voltado para a cultura nordestina, por ser esta a região retratada na obra teatral. Com essa mesma temática, foi oferecido um coffee-break inspirado na cultura típica, além disso, haviam livros do autor para quem tivesse curiosidade em dar uma “espiada”.

Por Pamela Belmutes Pinheiro

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“Oneshot Underground”, de Mitsukazu Mihara

       “Oneshot Underground”, de Mitsukazu Mihara

   A primeira edição do ano de 2017 do projeto Clube do Livro ocorreu no dia 23 de junho. A leitura realizada foi Alice in Underground (2003), um mangá da escritora Mitsukazu Mihara. Esta obra, dentro do gênero mangá, é denominada oneshot por ser mais curta, conta as aventuras de Alice, mas com um tom mais sombrio. A versão online da obra está disponível para leitura na internet de forma gratuita. A discussão do livro aconteceu na sala 208 da Universidade Federal do Pampa. Esta edição contou com a participação de 14 pessoas. Durante uma hora, foram discutidos os aspectos composicionais, sociais e culturais presentes no mangá. Além disso, foram levantadas questões relacionadas a semelhanças e diferenças com a obra original Alice in Wonderland, do escritor Lewis Carroll.

Por Antonella Romina Savia Vidales

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Clube do livro na V Semana Acadêmica de Letras

 Clube do livro na V Semana Acadêmica de Letras

   A 3ª edição do projeto de extensão Clube do livro realizou-se de maneira distinta das demais, realizadas no ano de 2016. Ocorrida no dia 07 de outubro, no hall de entrada do auditório da Unipampa, Câmpus Jaguarão, a atividade propôs-se em memória dos 100 anos da morte do escritor pelotense João Simões Lopes Neto; escritor regionalista que recupera em suas obras os falares gaúchos, já então em processo de fragmentação e de esquecimento. Devido ao caráter oral da estética simoneana, a exploramos, no Clube do Livro, a partir desse traço, contando com uma incursão pela biografia do autor e pela Pelotas moderna, pela leitura/contação da lenda Negrinho do pastoreio por Breno Santareno acompanhado pela violonista Marluce de Oliveira, colaboradores do PET Letras, pela leitura de excertos do romance Satolep, de Vitor Ramil, pela profa. Geice Nunes e pela reprodução de músicas consagradas que compõem o cancioneiro tradicionalista, inspiradas na obra de Simões Lopes Neto, como O contrabandista, de Pirisca Greco, Negrinho do pastoreio, de Luis Marenco e Xirú Antunes, e, Negro Bonifácio, de Cesar Passarinho.

   Ainda, em ocasião da V Semana Acadêmica de Letras, o Clube foi reeditado no âmbito do evento, realizado na Biblioteca Pública Municipal de Jaguarão, no dia 25 de outubro.

“Estes olhos, pobres olhos condenados à morte, ao desaparecimento, guardarão na retina até o último milésimo da luz, a impressão da visão sublimada e consoladora: e o coração, quando faltar ao ritmo, arfará num último esto para que a raça que se está formando, aquilate, ame e glorifique os lugares e os homens dos nossos tempos heróicos, pela integração da Pátria comum, agora abençoada na paz.”

João Simões Lopes Neto

Por Santiago Bretanha

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